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A  sociedade contemporânea é intensamente marcada pela presença das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), que permeiam todas as dimensões da vida cotidiana incluindo o contexto educacional. A inserção das TICs nas práticas pedagógicas tem provocado profundas transformações nas formas de ensinar e aprender, exigindo novas competências dos educadores e dos estudantes. Na contemporaneidade, não se trata apenas de utilizar recursos tecnológicos, mas de repensar o papel da educação na era digital.

Segundo Moran (2015), a integração das tecnologias à educação não é um processo meramente técnico, mas envolve mudanças pedagógicas, culturais e organizacionais. A pandemia de COVID-19 acelerou esse movimento, revelando tanto as potencialidades quanto as fragilidades do sistema educacional diante da necessidade do ensino remoto emergencial. Nesse contexto, o uso crítico, criativo e reflexivo das TICs tornou-se ainda mais urgente.

Pesquisas recentes indicam que a adoção das TICs no ensino superior brasileiro ainda enfrenta desafios significativos, como a falta de infraestrutura adequada, formação docente insuficiente e desigualdades no acesso às tecnologias. 

Este projeto propõe investigar de que modo as TICs têm sido incorporadas no ambiente acadêmico e quais os impactos dessa integração para a formação discente, com foco em instituições de ensino superior de pequeno porte.

Analisar o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação no contexto educacional contemporâneo com ênfase em sua aplicação no ensino superior, identificando desafios, estratégias e impactos na formação discente.

• Investigar as práticas pedagógicas mediadas por TICs adotadas em cursos de graduação.
• Avaliar o nível de competência digital de docentes e discentes.
• Identificar os principais obstáculos à integração eficaz das TICs no ensino.
• Mapear ferramentas tecnológicas com maior potencial pedagógico.
• Propor recomendações para o aprimoramento da cultura digital na formação acadêmica.

A importância deste estudo está relacionada à necessidade de compreensão crítica e aprofundada sobre como as TICs estão sendo inseridas no processo educativo. Conforme Kenski (2012), a escola precisa ir além do uso instrumental das tecnologias e promover uma apropriação significativa dos recursos digitais. No ensino superior isso é ainda mais relevante, uma vez que se espera que o estudante desenvolva autonomia, pensamento crítico e competências profissionais ligadas ao uso da tecnologia.

Além disso, ao identificar boas práticas e dificuldades comuns, o estudo poderá contribuir com diretrizes para melhorar políticas institucionais, capacitação docente e desenvolvimento de ambientes de aprendizagem mais inclusivos e inovadores.

A fundamentação deste projeto apoia-se em três eixos principais:

1. Educação e Sociedade Digital

A sociedade contemporânea exige uma reconfiguração das práticas educacionais. Para Lévy (1999), vivemos uma “cibercultura” na qual o conhecimento é cada vez mais colaborativo e interativo. As instâncias educacionais, portanto, precisam dialogar com essa nova lógica para manter sua relevância.

2. Competência Digital Docente e Discente

A UNESCO (2018) propõe um quadro de competências digitais que incluem não apenas o domínio de ferramentas, mas também aspectos éticos, críticos e criativos no uso da tecnologia. Tardif (2022) complementa ao afirmar que as competências docentes são construídas na prática e precisam ser constantemente atualizadas diante das mudanças sociais e tecnológicas.

3. Metodologias Ativas e TICs

Moran, Masetto e Behrens (2013) discutem a importância das metodologias ativas para o uso eficaz das TICs, defendendo que o aluno deve ser protagonista de sua aprendizagem, o que requer ambientes flexíveis e interativos.

A pesquisa será de abordagem qualitativa, com caráter exploratório-descritivo. Serão adotados os seguintes procedimentos metodológicos:

• Revisão bibliográfica sobre TICs e educação na contemporaneidade.
• Estudo de caso com aplicação em cursos superiores da Faculdade FacInPro.
• Entrevistas semiestruturadas com docentes e coordenadores de curso.
• Questionários online com discentes para levantamento de práticas e percepções.
• Análise de conteúdo das respostas coletadas, segundo Bardin (2011).

A Pesquisa será submetida a um Comitê de Ética para aprovação das etapas que envolvem seres humanos.

BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

CHAVES, A. A. da S. et al. Tecnologias da informação e comunicação nas práticas educativas: uma revisão da literatura. Research, Society and Development, v. 11, n. 8, 2022. 

FRANQUEIRA, A. da S. et al. Revolucionando a educação: integrando tecnologias da informação e comunicação na didática moderna. Caderno Pedagógico, v. 21, n. 4, 2024. 

KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias: O novo ritmo da informação. 6. ed. Campinas: Papirus, 2012.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

MORAN, José Manuel. A Educação que Desejamos: Novos desafios e como chegar lá. Papirus, 2015.

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2013.

PÁDUA, C. A. L. de O.; FRANÇA-CARVALHO, A. D. A contribuição das tecnologias digitais da informação e comunicação para o processo de ensino e aprendizagem em tempo de pandemia por COVID-19. Research, Society and Development, v. 11, n. 2, 2022. 

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2022.

UNESCO. Quadro de Competência Digital para Educadores. 2018.